segunda-feira, dezembro 06, 2010


Um novo alvorecer

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Ei, você!
Por que esse olhar triste?
Por que esse desânimo e essa falta de coragem?
Sim, essa falta de coragem de enfrentar os problemas que se acumulam, sem solução?
Acaso você se julga incapaz?
Talvez, especialmente hoje, você tenha a sensação de que não há mais saída...
Que suas forças e seu talento para criar soluções tenham se esgotado.
Ou talvez a vida para você tenha perdido completamente o sentido, e o seu barco esteja à deriva... seguindo conforme o vento.
Se você está se sentindo assim, vamos lhe fazer um convite.
Um convite para que você faça uma pequena viagem para dentro de si e procure, mas procure com muita vontade mesmo, e irá encontrar algo que lhe faça bem.
Ouça o coração de sua mãe, batendo em ritmo calmo enquanto o segura nos braços e canta suave canção de ninar... O regaço materno lhe traz segurança.
Sinta o calor e o conforto do seu berço... do seu lar... a paz do silêncio.
Lembre-se do apoio que o alfabeto lhe trouxe... da luz do conhecimento, da alegria do trabalho.
Observe quantas experiências estão arquivadas em sua intimidade...
Entregue-se ao aconchego das afeições repartidas, dos abraços de ternura, do apoio de um sábio conselho...
Pense que, no mesmo mundo em que você vive, respiraram os heróis de seu ideal, os santos de sua fé, os apóstolos de sua inspiração e as inteligências que lhe traçaram roteiros...
Considere que o Criador não lhe ofereceu o mundo como exílio ou prisão, mas como nobre escola e abrigo bendito, qual divino jardim a pleno céu, banhado de sol durante o dia e enfeitado de estrelas, durante a noite...
Ei, você!
Não deixe que as lágrimas lhe impeçam de ver a grandeza e a beleza de tudo o que existe no mundo que o Criador lhe oferece.
Se hoje existe algum problema que lhe traz inquietação e dor, lembre-se de que outro dia não tardará a surgir, trazendo um novo alvorecer...
* * *
E, se sentir que está difícil sem ajuda, não se acanhe, refugie-se em um lugar tranqüilo e busque o apoio da oração.
Eleve o pensamento ao Alto e deixe seu coração falar ao Criador:
Senhor, no recolhimento de minha alma sofrida, venho lhe pedir um pouco de paz, de força e coragem...
Desejo ver o mundo com olhos de amor, confiança e ternura.
Quero ter esperança... Ser feliz como criança, olhar o mundo com fé.
Quero enxergar nas pessoas a luz que cada uma traz em si, como herança Sua.
Desejo acreditar que o mundo tem jeito e que problemas só existem para me ensinar a resolvê-los...
Quero ser alegre, leve e confiante...
Sentir a Sua presença em cada filho Seu e revelar em mim a Sua grandeza divina.
Quero ser hoje melhor do que fui ontem, e amanhã melhor do que hoje...
Senhor, eu desejo um mundo melhor e quero que essa melhoria comece por mim...
Sei que uma onda escura se abateu sobre nosso planeta, e quero me transformar numa estrela para diminuir essa escuridão.
Para isso, Senhor, preciso da Sua ajuda a fim de vencer a incerteza, a falta de fé, a covardia moral...
Se meus passos vacilarem, Senhor, desejo o Seu amparo e a Sua segurança para que eu possa seguir em frente, com confiança e a certeza da Sua presença constante.
* * *
Ei, você!
Aproveite as horas, que ainda restam deste dia, e prepare-se para um novo alvorecer... que não tardará a chegar.

O significado do Natal

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Ei, você, aonde vai com tanta pressa?
Eu sei que você tem pouco tempo...
Mas, será que poderia me dar uns minutos da sua atenção?
Percebo que há muita gente nas ruas, correndo como você.
Para onde vão todos?
Os shoppings estão lotados...
Crianças são arrastadas por pais apressados, em meio ao torvelinho...
Há uma correria generalizada...
Alimentos e bebidas são armazenados...
E os presentes, então? São tantos a providenciar...
Entendo que você tenha pouco tempo.
Mas, qual é o motivo dessa correria?
Percebo, também, luzes enfeitando vitrines, ruas, casas, árvores...
Mas, confesso que vejo pouco brilho nos olhares...
Poucos sorrisos afáveis, pouca paciência para uma conversa fraternal...
É bonito ver luzes, cores, fartura...
Mas seria tão belo ver sorrisos francos...
Apertos de mãos demorados...
Abraços de ternura...
Mais gratidão...
Mais carinho...
Mais compaixão...
Talvez você nunca tenha notado que há pessoas que oferecem presentes por mero interesse...
Que há abraços frios e calculistas...
Que familiares se odeiam, sem a mínima disposição para a reconciliação.
Mas, porque você me emprestou uns minutos do seu precioso tempo, gostaria de lhe perguntar novamente: Para que tanta correria?
Em meio à agitação, sentado no meio-fio, um mendigo, ébrio, grita bem alto: Viva Jesus. Feliz Natal!
E os sóbrios comentam: É louco!
E a cidade se prepara... Será Natal.
Mas, para você que ainda tem tempo de meditar sobre o verdadeiro significado do Natal, ouso dizer:
O Natal não é apenas uma data festiva, é um modo de viver.
O Natal é a expressão da caridade...
E quem vive sem caridade desconhece o encanto do mar que incessantemente acaricia a praia, num vai-e-vem constante...
Natal é fraternidade...
E a vida sem fraternidade é como um rio sem leito, uma noite sem luar, uma criança sem sorriso, uma estrela sem luz.
Mas o Natal também é união...
E a vida sem união é como um barco furado, um pássaro de asas quebradas, um navegante perdido no oceano sem fim.
E, finalmente, o Natal é pura expressão de amor...
E a vida sem amor é desabilitada para a paz, porque em sua intimidade não sopra a brisa suave do amanhecer, nem se percebe o cenário multicolorido do crepúsculo.
Viver sem a paz é como navegar sem bússola em noite escura... É desconhecer os caminhos que enaltecem a alma e dão sentido à vida.
Enfim, a vida sem amor... Bem, a vida sem amor é mera ilusão.
* * *
Que este Natal seja, para você, mais que festas e troca de presentes...
Que possa ser um marco definitivo no seu modo de viver, conforme o modelo trazido pelo notável Mestre, cuja passagem na Terra deu origem ao Natal...

Tempo para preocupações

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Como suportar grandes tragédias, sem desistir?
Como expulsar da mente as grandes preocupações?
Marion Douglas conta uma experiência pessoal muito forte, uma verdadeira tragédia aos olhos humanos, segundo ele, ou melhor, duas grandes tragédias.
Conta primeiramente da grande perda que sentiu, com a morte de sua filhinha de cinco anos, que adorava.
Ele e a esposa julgaram não poder suportar essa primeira perda. Mas, como ele mesmo disse: Dez meses depois, Deus nos deu uma outra filhinha - e ela morreu em cinco dias.
Foi-lhes quase impossível aguentar essa dupla perda.
Eu não me podia conformar - disse o pai. Não conseguia dormir, nem comer, nem descansar, nem, ao menos, tranquilizar-me.
Estava com os nervos profundamente abalados e perdera completamente a confiança em mim mesmo.
Procurou vários médicos. Um deles recomendou pílulas para dormir. Outro, uma viagem. Experimentou ambas as coisas, mas nenhuma delas deu resultado.
Era como se o meu corpo estivesse preso numa cavilha, e a manivela cada vez o apertasse mais.
A tensão do sofrimento... Quem já se viu alguma vez paralisado pela dor sabe bem o que isso quer dizer.
Mas, graças a Deus tínhamos ainda uma criança - um filho de quatro anos. Foi ele quem solucionou o meu problema.
Uma tarde, em que me sentei a um canto, sentindo piedade de mim mesmo, ele me perguntou: "Papai, quer construir um bote para mim?"
Eu não me achava em estado de espírito para construir um bote. Para dizer a verdade, não estava em estado de espírito para fazer nada. Mas o meu filho é uma criaturinha persistente! Tive que ceder.
Demorei cerca de três horas construindo o pequeno barco.
Ao terminar, verifiquei que as três horas que passara trabalhando no barco tinham sido as primeiras horas de repouso mental e de paz, que experimentara durante muitos meses!
Essa descoberta me arrancou da apatia em que estava, fazendo-me pensar muito - o que não fazia há muitos meses!
Compreendi que é difícil se preocupar quando se está ocupado com alguma coisa que requer planejamento e raciocínio.
No meu caso, a construção do pequeno bote expulsou-me do Espírito todas as preocupações. De modo que resolvi continuar sempre ocupado.
Passei a encher minha vida de atividades estimulantes.
* * *
Winston Churchill certa vez afirmou, quando lhe perguntaram se se sentia preocupado com as enormes responsabilidades que tinha, na fase mais difícil da guerra:
Estou muito ocupado. Não tenho tempo para preocupações.
* * *
Enquanto nos achamos em atividade, temos poucas preocupações. Mas as horas que se seguem ao trabalho - eis as horas perigosas...
O trabalho, a ocupação útil, é remédio poderoso contra as enfermidades que assolam a alma extremamente preocupada.
O trabalho é Lei Divina, e por isso apresenta-se como rico instrumento de felicidade e reestruturação, para o Espírito machucado pelas lutas.
Sejamos úteis ao mundo. Trabalhemos! E veremos que não nos sobrará tempo para preocupações.